Simples de conduzir e sem necessidade de licença de condução, económicas, fáceis de estacionar, amigas do ambiente e rápidas.
Estas são algumas das vantagens das bicicletas, cada vez com mais adeptos urbanos, e com as próprias cidades a adaptarem-se às suas características: há cada vez mais ciclovias e os incentivos fiscais à compra de bicicletas também acabaram por surgir.
Utilizá-las como meio de transporte traz vantagens para o ambiente e para a saúde – afinal de contas, acaba sempre por haver exercício físico – mesmo quando se trata de uma bicicleta elétrica, que surge como uma preciosa ajuda para locais com terrenos mais acidentados.
Se está a ponderar comprar uma bicicleta elétrica, preparámos um guia sobre os principais pontos a ter em conta na escolha da que melhor se adapta ao seu caso.
O que é uma bicicleta elétrica?
Antes de mais, importa explicar o que é, afinal, uma bicicleta elétrica, ou e-Bike. É uma bicicleta com um motor elétrico integrado e uma bateria, que auxiliam a pedalar. Não se trata de um motor que “vive” sozinho, mas que apenas funciona mediante as pedaladas. Assim, perante uma subida íngreme, deixa de ser necessário um esforço maior, uma vez que o motor é ativado, fazendo o esforço extra pelo utilizador.
Que tipos de bicicletas elétricas existem?
Existem diferentes tipos de bicicletas elétricas: de BTT, de trekking, de cidade ou dobráveis. Em comum, todas têm a assistência à pedalada, o que torna o pedalar mais leve e fácil. A escolha do tipo de bicicleta irá depender da utilidade que se lhe pretende dar.
Em que zonas da bicicleta estão incorporados os motores?
Os motores podem estar situados em diferentes áreas de uma bicicleta. Tudo depende do fabricante. Existem 3 zonas mais comuns de colocação do motor numa bicicleta elétrica:
- Na roda de trás
Também designado de motor atrás, é o local mais comum dos motores nas bicicletas elétricas vendidas em Portugal. É um dos métodos mais económicos, o que torna estas bicicletas mais acessíveis. São motores silenciosos, com os quais se consegue travar, gerando-se energia. A grande desvantagem acaba por ser o facto de o peso estar na parte de trás da bicicleta, tornando-a mais difícil de mover. Além disso, como é “empurrada” pelo motor, o condutor acaba por ter menos controlo sobre a bicicleta. E caso tenha um furo no pneu traseiro, é necessária ajuda de um profissional para o trocar.
- Na roda da frente
É mais típico nas bicicletas holandesas e dinamarquesas, pois os motores à frente são mais resistentes e económicos, além de que permitem ter qualquer tipo de sistema de mudanças. A principal desvantagem é a perda de alguma agilidade da própria bicicleta, uma vez que o guiador fica mais “pesado”.
- No eixo dos pedais
Também referido como motor no meio, tem a grande vantagem de distribuir de igual forma o peso do motor pela bicicleta, tornando-a mais estável e segura. O grande senão do motor no meio é o facto de tornar a bicicleta um pouco mais cara.
O que deve ter em conta na escolha da bateria?
Saber qual a utilização que se vai dar à bicicleta é essencial para a escolha da bateria. Mas existem outros fatores:
- Ser removível ou fixa
As baterias podem ser removíveis ou fixas. As vantagem das baterias removíveis é que podem ser levadas para qualquer lado para serem carregadas — o que pode ser feito mesmo em casa. Porém, são mais fáceis de serem roubadas na rua. Já as baterias fixas têm a mais-valia de não poderem ser levadas sem ser com a bicicleta (o que torna um roubo menos provável, dadas as dimensões). Contudo, para as carregar, é necessário encontrar um ponto de energia perto do local em que se guarda a bicicleta. - Tipo de bateria
A bateria pode ser de chumbo, de níquel, de iões de lítio ou de polímeros de lítio:- De chumbo (gel): são as mais baratas, mas muito pesadas, com menos densidade de energia e sensíveis às baixas temperaturas.- De níquel (Ni-MH): o peso é menor do que nas de chumbo e a densidade de energia é maior, sendo um pouco mais caras que as anteriores. Têm “efeito memória” — isto é, a bateria “memoriza” os ciclos de carga e descarga anteriores, sobretudo referentes aos ciclos parciais. Este efeito pode causar uma diminuição do desempenho da bateria — e a autodescarga é considerável (30% por mês).– De iões de lítio (Li-Ion): possuem maior densidade de energia, ainda que o peso seja muito menor. Não têm “efeito memória” e a autodescarga é baixa (5 a 10% por mês).
– De polímeros de lítio (Li-Pol): apresentam uma maior densidade de energia e o peso é menor. Estas baterias são seguras, estáveis e menos sensíveis às temperaturas mais extremas.
- CapacidadeÉ a característica a que se deve estar mais atento no momento da compra. Quanto maior a capacidade, mais quilómetros poderão ser pedalados, ou seja, maior a autonomia da bicicleta. Mas a autonomia também depende de fatores como o peso do ciclista, a tipologia das estradas, a força e direção do vento, assim como a manutenção da bicicleta.
Que velocidade máxima pode atingir uma bicicleta elétrica?
Tal como uma bicicleta convencional, uma bicicleta elétrica pode atingir vários quilómetros por hora. Contudo, há um limite de ajuda do motor até aos 25 quilómetros por hora. Ou seja, quando é alcançada esta velocidade, o motor deixa de auxiliar, passando a velocidade a ser fruto apenas do pedalar. Com esta limitação, garante-se que a bicicleta pode ser usada legalmente em cidades ou trilhos. Uma bicicleta com motor que supere os 25 Km/h ou que tenha um punho com acelerador precisa de um documento especial.
Uma bicicleta elétrica é muito pesada?
Uma bicicleta elétrica é sempre mais pesada do que uma convencional, devido à bateria e ao motor, bem como aos materiais com que é produzida. Pode ser de aço, alumínio, titânio, carbono ou magnésio. Depende do que o utilizador preferir: pedalar numa bicicleta elétrica mais resistente e pesada ou numa menos resistente e mais leve? Contudo, importa relembrar que o peso a mais que a bicicleta elétrica tem acaba por ser compensado pelo apoio fornecido pelo motor.